18 Abril a 21 Maio 2023
Todos os dias das 9h às 18h
Entrada Franca
Museu Náutico da Bahia
Forte de Santo Antônio da Barra - Farol da Barra.
Barra - Salvador - Bahia
A série RETRATO FALADO não se pretendeu um mero projeto de pintura de retratos (do latim retrahere, copiar), embora este seja o amálgama basilar onde pretendi imprimir minhas (más) intenções. Todos já sabem que o “retratismo” como documentação ou registro das características das pessoas caiu por terra, na modernidade, com o advento da fotografia e dos seus sucedâneos. Isto libertou os artistas da necessidade de fidelidade às imagens dos retratados, fidelidade esta, aliás, bem discutível ao longo da história da arte, oscilando muito mais, de acordo com a intencionalidade do retrato: convencer um príncipe ao casamento com uma donzela de realeza distante, convencer o povo do poder aristocrático, religioso ou econômico de determinado personagem etc. Desde a antiguidade retrata-se pessoas com as mais diferentes finalidades, embora, como produto artístico, o retrato se estabeleça a partir da Idade Média.
Em vez disso, procurei capturar um pedacinho que seja, um sentimento, uma afetividade um viés importante da alma dos meus modelos escolhidos. Estive menos preocupado com a verossimilhança física e mais preocupado com um clima, uma atmosfera, uma característica, um desejo dos meus retratados. O projeto no seu cerne, colocou para mim, de início, um desafio: buscar um personagem para cada eleito, acreditando que ele se identificaria com este personagem, ou pelo menos, tentar convencê-lo desta potencialidade. Numa espécie de realismo fantástico, pintei cada um como se fosse o seu próprio álter ego. Por essas razões precisei que os títulos dos quadros fossem apenas as iniciais dos representados, agregadas a informações sobre a personagem ou situação atribuída a este representado, na minha interpretação dele. O resultado da pintura, por isso, não precisa, necessariamente, parecer com o modelo, mas tem que ter A CARA dele. Precisa ser um RETRATO FALADO do modelo.
Esta exposição também começa a comemorar os 40 anos de exposições individuais.
Chico Mazzoni, Fevereiro 2023
A criação dos artistas durante a catástrofe da Pandemia ê muito importante, principalmente porque os artistas, pela formação e capacitação técnica podem expressar, materializar através de formas artísticas, o que bilhões de seres humanos sentem e se emocionam. Essa obra contextualizada demonstra a maestria artesanal e estética que o artista Chico Mazzoni possui.
Juarez Paraiso. Artista Plástico, Professor Emérito da Universidade Federal da Bahia, membro da Academia de Ciências da Bahia, membro da Associação Brasileira de Críticos de Arte
Conheci Chico ainda na década de 80, através de um amigo em comum, Júlio Valente, que me falava de um artista plástico jovem, o qual ele admirava muito na época e iniciava a exposicão dos seus trabalhos.
Me chamou muito a atenção o trabalho exposto, pela técnica e a criatividade dos assuntos apresentados, além de ter uma conexão instantânea, pois após um breve bate papo tive a sensação de uma amizade de muito anos.A partir daí comecei a me interessar pelo trabalho de Chico e fiz questão de ir a todas as suas exposições.
Após algum tempo me ofereci para fazer as reproduções de seus quadros tendo a chance de apreciar suas obras em “Avant-Premiere”.Sempre me impressionando o fato das suas obras nunca serem repetitivas e sua técnica ser primorosa, mesmo que alternando características dentro de uma mesma série.
Minha admiração pelo seu trabalho só cresceu nestas mais de três décadas que convivo com sua obra, me surpreendendo sempre com o perfeccionismo e a verve que ele imprime ao seu trabalho, transformando temas muitas vezes singelos em grandes representações artísticas.
Saulo Kainuma. Fotógrafo
Informações: (71) 9 9972-7474